quarta-feira, 29 de junho de 2011

Qual é a melhor época para construir?

Com esse tempo instável no Rio Grande do Sul, não canso de ouvir gente reclamando que a obra não vai pra frente. Então seguem algumas constatações.

Minha obra era para começar em dezembro. Como ocorreram problemas com o projeto, iniciou somente na segunda quinzena de janeiro. Na época achei ruim, mas hoje vejo como foi bom esse atraso. Em agosto de 2010 decidi que iria construir e em setembro já acertei com o pedreiro, mesmo antes do banco liberar o financiamento ou o projeto estar finalizado. Dois detalhes importantes:
1) Fazia um ano que conversava sobre financiamento e construção com todas as pessoasque passavam pelo meu caminho.
2) Acertei a mão de obra com meses de antecedência, pois encontrar um bom pedreiro é tarefa de gincana.

Outra dúvida é em relação ao dinheiro: quanto é necessário para a largada. O valor depende do tamanho da obra, mas entre R$ 10 e 15 mil é uma quantia razoável. Como juntar essa grana? Guarde todos os 13.º salários e economize 10% da sua renda todos os meses. Por conta disso, janeiro é um mês ótimo para iniciar a construção. Além de juntar uma boa quantia de recursos, o tempo ajuda e você ainda poderá tirar férias para acompanhar o início dos trabalhos.

sábado, 25 de junho de 2011

Sobre a entrada de energia elétrica

Para começar a obra duas coisas são fundamentais: água e energia elétrica. A água não tem mistério e a instalação é igual para todo mundo. Basta abrir a vala e acionar a companhia que presta o serviço. Agora para a luz, as coisas não são tão simples assim. É preciso comprar o poste, os fios, a caixa onde será instalado o contador e o eletroduto.

A energia é distribuída por fases e dependendo do consumo será monofásica, bifásica ou trifásica. Na casa onde moro hoje a luz é monofásica e portanto pensei que esse tipo de instalação pudesse se repetir no novo lar. Também pretendia manter a entrada monofásica para economizar na taxa. Mero engano...

Já na hora de solicitar a ligação da energia junto à Distribuidora o atendente me orientou que a casa deveria ter uma entrada bifásica, mas como já tinha feito mono, assumi a responsabilidade e mandei ligar. Mas dias antes de acionar a vistoria do banco o engenheiro me chamou atenção que o projeto elétrico, aprovado na Caixa, era bifásico.

Foi uma correria só conseguir mudar a entrada de luz, além de um gasto de R$ 250 que não compensou (se eu levar em conta o curto tempo que paguei a taxa para consumo monofásico). É bom se adiantar em algumas coisas, mas siga o conselho de quem realmente entende do assunto para não ter prejuízos depois.

Veja a contribuição do Lucas, que postou um comentário
Monofásico, bifásico ou trifásico - Tudo depende do exigência de consumo do projeto. Se tiver 2 banheiros, leia-se 2 chuveiros, jamais poderá ser monofásico.
Bifásico é "meio" padrão. O sistema trifásico é adequado para maiorese demandas, como áreas comerciais de pequena monta, consultórios odontológicos (autoclave, compressores e bombas à vácuo, etc.). Parabéns pelo Blog.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

E a Caixa Federal me deixou na mão

Tudo certo para que a última parcela do financiamento fosse depositada hoje. O dinheiro, inclusive, já aparecia na conta, no entato o status era bloqueado. Eu fiz a minha parte, já a Caixa Federal...Passei às 8h30 no banco para fazer um saque e começar a pagar as inúmeras dívidas vencidas. Não consegui retirar nenhum centavo. Duas horas depois uma atendente do banco liga para o meu trabalho informando que ocorreu um problema no sistema da Caixa e por isso o dinheiro será depositado somente na sexta-feira, dois dias depois do previsto.

Me senti uma perfeita idiota. Experimenta dizer para o banco que aconteceu um problema no sistema e por isso você não conseguiu quitar uma conta. A resposta para o seu problema é a cobrança sem dó e nem piedade de juros. Agora para nós, simples mortais, a política é do te vira! Liguei para a ouvidoria da Caixa e outra decepção: depois de cinco dias terei um posicionamento. De que me adianta esse tempo todo? Eu preciso de uma solução hoje e agora.

Conversei com uma colega que também construiu e ela me garantiu que também já passou por isso. Para um banco que se propõe a ser um parceiro do brasileiro, falta muito ainda muito respeito com o cumprimento de prazo. Se ainda tinha alguma credibilidade com as instituições financeiras, ela se encerra neste momento.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Mitos e verdades sobre o atraso da obra

Como a burocracia para conseguir um financiamento é grande, os comentários que surgem sobre as punições para os imprevistos que podem acontecer ao longo da construção seguem na mesma proporção. O meu próprio engenheiro veio com uma conversa de que receberia multa e corria riscos do contrato ser cancelado se a obra atrasasse.

O negócio é o seguinte: pequenos atrasos são tolerados. A "punição" é que você deverá pagar mais juros. Se antes você pagaria os juros proporcionais ao período das prestações, com o atraso no cumprimento das etapas você pagará agora o que já estava acordado, mais os juros proporcionais ao atraso.

O banco, na realidade, sai no lucro com o atraso, pois recebe mais juros por isso. Quem sai no prejuízo é o dono da obra, que não recebe o dinheiro, fica com a obra parada e precisa administrar as contas que não param de chegar. No meu caso, o término da obra atrasou um mês. O problema foi com o pintor, que apesar de ser muito caprichoso e trabalhar muito bem, era lento.

E posso confessar que foi um sufoco ficar sem o dinheiro programado para entrar naquele mês. No entanto, tenho conhecidos que conseguiram aprovação apenas da primeira etapa prevista na obra e outros que já se passaram três meses do prazo estabelecido para o término, e nada de acabar. Inclusive, em uma das situações, o empreiteiro sumiu do mapa com o dinheiro.

Fica a dica de sempre: acompanhe de perto a construção. E lembre-se: o maior prejudicado com atrasos é você mesmo. 

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Finalmente, a última vistoria. Aleluia!

Nos últimos tempos, o dia de hoje foi o mais esperado. Com a casa pronta, só faltava a vistoria final do engenheiro do banco para liberar a obra e o dinheiro da última parcela. Pois bem, digamos que até ouvir do vistoriador um "Parabéns! A tua casa ficou muito bonita" foi uma pequena novela.

Na quarta-feira da semana passada foi entregue a documentação (averbação do registro de imóveis) para o banco e também agendada a quarta e última vistoria. Acontece que a menina garantiu que, marcando na quarta, o engenheiro faria a visita somente na segunda ou terça-feira. Então foi um salve-se quem puder para terminar a casa a tempo, pois a situação financeira está mais que vermelha, ameaçando ficar preta.

No entanto, o engenheiro ligou e pediu para passar na sexta, e é claro que a obra não estava ainda concluída. Faltava terminar de pintar uma peça, colocar os roda-pés, instalar as torneiras e a limpeza, a pior parte. Além disso, dentro da casa não poderia estar nenhum tipo de cacareco como lata de tintas, sobras de porcelanato, ferramentas e coisas afins. Fizemos um mutirão para terminar tudo até domingo à noite.

Mas passou segunda, terça, quarta, quinta-feira e nada do engenheiro aparecer. O desespero começou a bater porque várias contas pesadas vencem na próxima semana. Mas graças a Deus deu tudo certo e agora dependemos da agilidade do banco para que o saldo volte a ser positivo. Para finalizar, uma fotinho da minha casa, que por enquanto está sem garagem.

Viste também o Papo de Buzum.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

O provisório permanente que vira gambiarra

Sabe quando falta tempo, dinheiro e vontade de resolver um problema e a saída é uma solução provisória? Como todo mundo também sabe, a tendência é o provisório virar permanente. Quem nunca deixou um fio de antena pendurado, uma tomada mal parafusada, uma gaveta trancada, uma porta capenga, um piso rachado, e por aí vai.

Fazer isso na casa velha, digamos assim, é admissível. Mas em uma construção nova, não caia nessa tentação. É melhor ficar no sufoco financeiro agora do que deixar de fazer as coisas do jeito certo. Por conta disso, o local onde moro atualmente foi vítima de umas gambiarras.

Como ainda não tenho a cozinha pronta (que será de bancada) não pude instalar a torneira nova. Então tirei a torneira da casa onde moro hoje e coloquei lá por conta da vistoria do banco. Não deu certo e tive que comprar outra torneira e por enquanto o pedacinho de conduite com fita isolante continua quebrando o galho.

Outra gambiarra ficou por conta do ventilador. Aproveitando a presença do eletricista, tiramos o equipamento para ser instalado no novo lar.
Por causa disso, estamos sem luz no quarto, pois a lâmpada acendia no botão abaixo daquele que ligava o ventilador. Para não ficar totalmente às escuras, fizemos uma gambiarra com uma luminária. Só espero que seja provisória, de verdade.

terça-feira, 14 de junho de 2011

A pressa é inimiga do preço

Quando o assunto é compra de material de construção duas palavrinhas mágicas resolvem muitos problemas: paciência e planejamento. Se comprar no impulso e no primeiro lugar que aparecer, o prejuízo é praticamente certo. Ou pela sobra de produtos ou pelo preço pago. Preciso comprar barras de ferro para fazer o muro e a garagem e o meu pedreiro, apesar de já ter sido repreendido várias vezes, continua com o pésssimo hábito de pedir tudo em cima da hora.
A lista de material é a seguinte: 28 barras de 3/8 e 28 barras de 4.2 polegadas. No distribuidor direto da Gerdau a compra sairia por R$ 600 à vista. Como a obra está na finaleira e o dinheiro acabando, hoje eu não teria essa quantia disponível. Então decidi pesquisar quanto sairia a mesma compra em uma madeireira, onde pudesse comprar com cartão de crédito. A mesma quantidade de ferro, porém na marca Belga, sairia por R$ 917,80. Uma diferença de 32%, com o pagamento em apenas duas vezes no cartão.

Qual foi a decisão tomada? Entrar no chegue especial por cinco dias, fazer a compra à vista e esperar dois dias pega entrega. A economia será de quase R$ 300. Nunca aconselho a ultrapassar o limite da conta, pois os juros são altos. Mas nesse caso, não tem muito o que pensar. Não é mesmo?
Foto: reprodução

Leia também o Papo de Buzum

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Quase me separei por causa da construção

Essa foi a frase que escutei no banco, no setor de financiamento habitacional. Estava eu lá, com minha averbação em mãos, quando sentou ao meu lado uma mulher com o mesmo documento. Com um sorriso aberto no rosto, ela me perguntou se já estava com a casa pronta. Respondi que terminava nesta semana. Daí ela começou a desabafar. "A minha casa era para estar pronta em 19 de fevereiro, mas só consegui me mudar na semana passada. Por causa disso quase me separei".

Então começou a contar a sua história. Ela contratou uma construtora que prometeu mundos e fundos. Pois bem, na hora do vamos ver as coisas não foram desse jeito. "Disseram que eu ia mandar na obra, que poderia dizer como queria as coisas. Pura balela". E o pior de tudo isso é que a relação matrimonial foi se desgastando. Para ajudar, venceu o contrato de aluguel e a casa ainda não estava pronta para a família poder se mudar. Foi por pouco que o casamento não dançou. A mulher ainda contou que os pedreiros conseguiram trincar três peças do piso porque deixaram cair ferramentas em cima. "Era tudo um bando de relaxado".

Ao conversar com a atendente do banco, ela me informou que essa situação é muito comum. Falta organização financeira, falta mão de obra qualificada para dar conta de atender o que o projeto exige e faltam  construtoras responsáveis em cumprir aquilo que prometem. Com o aquecimento da construção civil, sobra serviço e falta pedreiro, material e profissionais competentes. O resultado é que muita gente sem a mínima noção acaba arrumando um bico e estraga o sonho da casa própria de muita gente.

Portanto, vale a pena esperar e garantir o serviço de um bom profissional, mesmo que seja mais caro, do que entregar a sua casa nas mãos de qualquer um.

Foto: reprodução

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sexta-feira, 3 de junho de 2011

Acertando as contas com a Receita Federal

Depois de conseguir o Habite-se na prefeitura, é preciso encaminhar a documentação para receber a certidão negativa de débitos com o INSS. Essa certidão é expedida pela Receita Federal e é obrigatória para quem constrói acima de 70 metros quadrados. Mas antes de chegar até a Receita, é preciso ter em mãos outros papéis.

- Habite-se
- Matrícula atualizada no Registro de Imóveis
- Certidao narrativa da obra, expedida pela Prefeitura
- Projeto da obra
- Comprovante de endereço
- Declaração de Informação Sobre Obra (Diso)
A Diso pode ser impressa do site da Receita Federal. Basta clicar na aba cidadão, link declarações e depois em Diso. O preenchimento é super simples e caso haja alguma dúvida, pode ser esclarecida junto ao funcionário da Receita.

O atendimento também é rápido, em 30 minutos você recebe a guia para pagar. No meu caso, para 88 metros quadrados o valor foi de R$ 1.113. Deu uma dor na alma...A explicação para a cobrança dessa taxa é a seguinte: como durante a construção o pedreiro não recolheu o valor do INSS, que é de 11% sobre o salário, o governo cobra esse valor. Ainda sai mais em conta do que assinar um contrato formal de trabalho com o pedreiro.

Depois de pagar a guia, o dinheiro não entra automaticamente nos cofres na Receita. No meu caso, demorou oito dias úteis. Para não precisar ir novamente até ao escritório da Receita, é possível imprimir a certidão do site. Somente com esse documento é permitido realizar a averbação do imóvel no Registro de Imóveis.

Imagem: reprodução

Acrescentando a contribuição do André, que postou um comentário.
Só lembrando q mesmo as construções que possuirem menos de 70m², só estarao isentas, caso o proprietario tenha apenas um imovel, e nao tenha sido usada mao de obra assalariada. Nao se aplicando a um desses itens, devera ser apresentada a CND para a devida averbação no Cartorio.