domingo, 27 de fevereiro de 2011

Quase construi no terreno errado

Pode parecer piada, mas não é. Durante um ano pensei ser proprietária de um terreno quando na realidade o meu terreno era outro. Mostrei a aquisição para os parentes, capinei o local e até usei a área para cemitério do meu cãozinho que morreu atropelado. Imagina a surpresa quando fui informada pela prefeitura, uma semana antes de começar a obra, que na realidade o meu terreno era outro.

Isso aconteceu porque comprei o local quando o loteamento foi aberto e não havia nenhuma casa construída. Daí, para confirmar qual era o local, o vendedor nos levou até lá no fim da tarde, em um dia de chuva. Só me lembro dele dizer: é fácil gravar, fica na frente do boeiro. E assim ficamos cuidando do lugar durante um ano. No entanto, quando fui pedir o número da futura casa, recebi a notícia. O terreno ficava ao lado do boeiro e não na frente. A sorte foi que não plantei todas as árvores que tinha planejado.

As pessoas trocarem o terreno, infelizmente, é algo comum. No loteamento onde vou morar, por exemplo, teve quem chegou a construir uma casa no terreno do vizinho. Deu a maior confusão. E o pior é que nem topógrafo e nem o engenheiro se deram conta do erro. Por isso, antes de colocar a primeira pedra, certifique-se que o terreno é mesmo seu.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Antes de morar, muitas taxas para pagar

Se a carga de impostos do Brasil é uma das maiores do mundo, as taxas que se pagam durante uma construção não ficam longe disso também. Por isso resolvi fazer uma listinha de todos os tributos e serviços que precisei pagar até agora e todos aqueles que ainda terei que arcar. Fica aí o conselho: faça uma poupança bem gorda para essas despesas. Caso contrário, o sonho da casa própria nem para o papel poderá ir.

Compra do terreno
- Escritura
- Registro de imóveis
- ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis)
* O valor das taxa varia de acordo com o tamanho e a avaliação da área adquirida

Projeto
- O projeto em si, feito pelo arquiteto ou engenheiro. O valor é cobrado de acordo com o metro quadrado
- Taxa de aprovação na prefeitura
- Taxa de expedição de documentos (prefeitura)
- Pedido de alinhamento do terreno (prefeitura)
- Pedido de número para o terreno (prefeitura)
- Cópias do projeto: são cinco. (prefeitura, banco- se é financiamento, engenheiro, pedreiro e proprietário)
- Taxa de projeto e execução do Crea

Para encaminhar financiamento
- Taxa de elaboração de planilha para Caixa Federal (engenheiro)
- Certidão negativa de ônus (cartório de registro de imóveis)
- Taxa de pedido de financiamento (Caixa Federal)

* Se o projeto não for aprovado na primeira tentativa
- Taxa de substituição de projeto (prefeitura)
- Cópias do projeto
- Taxa de elaboração de planilha para Caixa Federal (engenheiro)
- Certidão negativa de ônus (cartório de registro de imóveis)
- Taxa de reavaliação do projeto (engenheiro da Caixa Federal)

Durante a obra
- Taxa de autorização para instalar água encanada (prefeitura)
- Instalação do hidrômetro (Corsan)
- Taxa de acompanhamento da obra (engenheiro particular)
- Taxa de acompanhamento da obra (engenheiro da Caixa Federal- se a casa é financiada)

Ao fim da obra
- Habite-se (prefeitura)
- ISSQN (prefeitura)
- INSS, no caso de metragem superior a 70 metros quadrados
- Registro de bem feitoria (cartório de registro de imóveis)

Somente depois de pagar tudo isso você poderá se mudar e dizer: lar doce lar. Até lá, o bolso sofre.

Compre conduítes de qualidade

Uma casa é parecida com o corpo humano. A gente só enxerga o que tem por fora, mas tudo o que está por dentro faz toda a diferença. De que adianta ter a pintura mais bonita, com textura especial e móveis sob medida se um cano estoura e é preciso quebrar a parede para consertar? Ou instalar uma luminária caríssima e se deparar com fios quebrados e lâmpadas que não funcionam?

Faz uma semana que concretamos as cintas das paredes e compramos os conduítes ou eletrodutos para a instalação elétrica. No mercado existem inúmeras marcas e modelos de mangueiras. Por isso seguem aí algumas dicas para escolher o de melhor qualidade. Faça de conta que a mangueira é uma massinha de modelar. Aperte de todos os lados, amasse, dobre, enfim, tente estragá-la. Se nada acontecer, pode comprar. Esse material precisa ser super resistente. Outro conselho é comprar um conduíte anti chamas, pois prevenção nunca é demais.

Também não espere pelo seu pedreiro para adquirir os eletrodutos. Quando as paredes estiverem ultrapassando as janelas, pergunte quantos metros serão necessários e faça um orçamento. Na minha casa são 37 pontos e utilizamos 100 metros de mangueira 3/4. Paguei dois reais por cada metro. (Poderia ter gasto menos se o pedreiro não tivesse pedido de um dia para o outro.)

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

É hora de escolher a madeira

Não é por acaso que cada vez mais são criados materiais alternativos à madeira no setor da construção civil. Além de ter toda a questão ambiental, a madeira vem se tornando um artigo de luxo. Foi por conta de desmatamentos desenfreados e um sede de enrequecimento fácil que as florestas brasileiras foram desaparecendo, a Mata Atlântica quase sumiu do mapa e a Amazônia corre perigo. Por isso todo o cuidado é pouco na hora de optar por colocar esquadrias, pisos, forros e móveis de madeira.

Não é novidade para ninguém que nas regiões Centro-oeste e Norte existem dezenas de madeireiras, muitas na irregularidade. Dessa forma, cabe ao comprador perguntar a origem do produto e se certificar de que não está colaborando para o fim da flora brasileira.

A madeira mais simples, pela questão de estética, é recomendada apenas para as tesouras. Para esse caso os pedreiros recomendam o eucalipto. Já para o forro e caixas externas, é preciso de um material com mais qualidade. O que ainda tem o preço mais em conta é o cedrinho. Cuidado apenas para as variedades. Existem árvores de cedro com manchas brancas e por isso os cupins às vezes provocam estragos. Outro detalhe é que a madeira precisa estar seca. Nada de comprar tábuas verdes, pois com o tempo empenam.

Também preste atenção na hora de escolher as terças e caibros. Quando essa madeira fica à vista, observe a tonalidade da cor do forro. Garapeira não combina com cedro, só para citar um exemplo. Nas lojas especializadas,  as madeiras de lei, como são chamadas, mais ofertadas são o cedro, o tauari e o cambará, além da garapeira. Todas com variação de preços e tonalidades de cor. Há quem ofereça também o cidró, que não é muito recomendado para ficar exposto.

Preço
A madeira é mais cara que o PVC, o piso e estruturas metálicas, em alguns casos. No meu caso, o forro de PVC para a parte interna da casa de 88 metros quadrados foi orçado em torno de R$ 2 mil. Se eu optar em colocar forro de madeira e ainda deixar uma peça com madeira à vista, esse gasto aumenta em praticamente quatro vezes.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Cedo ou tarde você será roubado

A realidade é dura e muito frustrante. Ninguém realiza o sonho da casa própria sem sacrifício e sem economia. Cada centavo é guardado para investir na obra. No entanto, sempre há quem não perceba esses detalhes e só pense em tirar proveito. Pois é, já tive pedra de alicerce, pedra brita e areia levados da minha obra. E olha que sou uma daquelas chatas, que quando tem um tempinho passa pelo terreno para ver como as coisas estãos e até de madrugada, quando volta para casa, dá uma espiada.

Apesar disso, não pude evitar de ter um pequeno prejuízo. Mas para meu consolo quem já passou ou está na mesma situação que a minha tem histórias muito semelhantes para contar. O jeito é não sair perdendo com o material que custa mais caro: cimento, ferro, madeira e piso. A madeira e o cimento guardo dentro da casinha. O ferro na casa de um conhecido, a duas quadras da obra. Já o piso e os materiais hidráulico e elétrico só vou mandar buscar quando precisar e tudo aquilo que não for utilizado, vai direto para onde moro hoje.

E por mais que você peça para os vizinhos darem uma olhada, sempre terá alguém que não viu nada.O jeito é rezar.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O que pode mudar no projeto durante a construção

Para conseguir garantir o financiamento na Caixa Federal a maioria opta por fazer um projeto simples, com custo baixo. A tática é comum para conseguir garantir os recursos. O forro normalmente é de PVC, chão de cerâmica, telhado de brasilit e nada de detalhes na faixada ou pintura. Mas a casa própria está entre os maiores sonhos de qualquer pessoa e por isso a beleza e conforto fazem parte desse ideal. Mas o projeto?

A regra é simples. Modificações que acrescentem valor podem ser realizadas. Mudanças que alterem a metragem são proibidas. Você colocar forro de cedrinho ou até deixá-lo exposto, ao invés de usar o PVC. Uma janela que ficou pequena, pode ser aumentada, ou até instalada em outra parede. No entanto, se na planta consta uma janela naquela peça, essa abertura deve existir e jamais poderá ser menor do que o previsto.

No entanto, jamais faça mudanças por conta. Consulte o responsável técnico sobre o assunto e lembre-se: a equipe da Caixa é muito exigente.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Nada se cria, tudo se copia

As paredes já começam a ganhar forma e daqui a pouco será colocado o telhado. Quando você piscar os olhos será o momento de colocar as esquadrias e pintar. E aí, qual será a cor? Não basta gostar do azul, é preciso que o tom combine com as aberturas e o telhado. Inclusive, a cor das portas e janelas influi diretamente no tipo de madeira que será utilizada. Para quem não sabe, esquadrias para pintura em verniz são mais caras porque a madeira precisa ser melhor selecionada para não apresentar nenhum tipo de mancha.

No meu caso, o que tenho utilizado muito para ajudar e definir a cor da casa é a máquina fotográfica. Já deixo ela guardada na bolsa ou no porta luva do carro. Toda a vez que vejo uma residência bonita, com cores que combinam ou com detalhes de texturas, registro. Já tenho várias imagens. Mas apesar disso, ainda não decidi. O maior problema é que a cor dos meus sonhos já foi utilizada por dois moradores do loteamento. E o pior é que são meus futuros vizinhos.

Mas ainda tenho esperança de encontrar a combinação perfeita. O único conselho que dou é sobre como fotografar. Seja discreto e faça isso preferencialmente quando ninguém estiver olhando. Caso contrário, vão achar que você é um sequestrador, assaltante ou coisa parecida.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Não arrume encrenca com a vizinhança

Construção, além de gastos, também gera bagunça e muita sujeira, principalmente na edificação. É nesta etapa que os materiais com mais volume (pedras, aterro e tijolos) são utilizados. Como em algumas situações a casa ocupa boa parte do terreno, sobra pouco espaço para depositar todo esse material. E daí sobra para a calçada do vizinho e o meio da rua. A vizinhança entende que isso é uma fase da obra até o momento que os seus entulhos passarem a gerar problema.

Quer um exemplo: aterro depositado entre o acostamento e a calçada. Chove e a água fica parada porque o boeiro está depois do seu terreno. Potes de hidroasfalto e sacos de cimento largados de qualquer jeito: os insetos aparecem em dois toques. Caminhões de madeireira que estacionam onde acham mais fácil: as chances de danificar a calçada da casa ao lado são grandes.

A dica é você assumir a organização dos materiais e limpeza semanal da construção. Não espero que o pedreiro faça isso, pois ele não fará. Combine com o motorista onde o material deve ser depositado e se sobrar alguma coisa arrume um tempinho e um carrinho de mão para guardar nos fundos.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Reaproveite a madeira e economize um bom dinheiro

A primeira despesa para o início da construção será com a compra de madeira. O material é utilizado para fazer a barraca onde o pedreiro irá guardar as ferramentas e sacos de cimento e também para demarcação das vigas. No entanto, como esse material é descartado depois dá para utilizar madeiras velhas. Fale com parentes ou vizinhos e veja se há tábuas que foram substituídas por terem cupins ou sobras de madeira de algum reparo. Com esse material tranquilamente é possível dar a partida na obra.

Também dá para economizar na hora de comprar as guias para fazer as caixas das vigas. Prefira as tábuas de eucalipto, com 15 centímetros e 5,40 metros de comprimento. Como as vigas tem 30 centímetros de altura, o pedreiro pode unir duas peças para conseguir a altura necessária para a montagem da caixa. Depois das vigas prontas, essas guias podem ser reaproveitadas para a confecção das tesouras do telhado.

Tente comprar o material direto das serrarias. Além da madeira ser mais reta e com melhor qualidade, o preço é mais conta que nas madeireiras. Atenção! Reserve um dinheiro para fazer a compra à vista.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Não deixe o estresse da obra abalar seu casamento

Uma passagem bíblica fala da casa construída sobre a rocha e daquela construída sobre a areia. Se durante a construção da casa própria o seu casamento estiver fundamentado sobre a areia, dificilmente irá aguentar o desgaste que uma construção gera.

Em primeiro lugar o assunto do café da manhã, almoço e jantar será a obra. Todas as despesas serão pensadas conforme o cronograma da obra. Os fins de semana e feriados serão dedicados para vistoriar a obra. Todos os dias você terá que visitar a obra e trocar ideias com o pedreiro, sendo que na maior parte das vezes ele pedirá material que está faltando. O celular vai tocar várias vezes durante o dia e o assunto será a obra. Toda a vez que céu desabar você vai pensar: puts, e a obra!

E onde foi parar vocês dois? Conheço casais que se separaram durante a construção. O importante é não descuidar um do outro e fazer esse tempo de convivência um aprendizado para a vida toda. Por mais que seja complicado, arrume um tempo para o casal fazer uma coisa onde a obra seja esquecida. E o melhor de tudo: a obra não dura a vida inteira. É apenas uma fase da vida que quando a gente viu, passou!